sábado, 22 de junho de 2013

A mobilização da internet se materializou nas ruas

Manifestantes no Rio de Janeiro
Todos, e digo todos mesmo, estão surpresos com os caminhos rápidos tomados pelas manifestações no Brasil. Em um dia a cidade de São Paulo questionava e mídia se quer falava do evento. No outro outras capitais aderiram e as manchetes da mídia foram “os vândalos que estão reclamando do aumento das passagens”. Na mesma hora vídeos se viralizaram mostrando o contrário. A truculência repressora da PM mal instruída.

Pronto. Assim começou a maior onda de manifestações que essa nação já viu desde 92, com os caras pintadas. Mas isso deu como?

A resposta mais obvia e simples possível é que devido as redes sociais e rapidez das informações  “boca a boca,” ou melhor dizendo, curtida por curtida a mobilização se lastrou como epidemia se uma revolta com diversas causas e não uma revolta sem causa.

Fator predominante para a realização a realização em massa dos protestos é que primeira vez quem manobrava as massas eram elas mesmas. A comunicação digital promoveu o engajamento, materializado nas ruas em larga escala em curto espaço de tempo.

Isso se deve a mudança do processo de comunicação. Antes havia um emissor e um receptor. Partimos do principio do diálogo unilateral. Os meios de comunicação digital estabeleceram a comunicação multilateral. A interação que as redes sociais nos propõe não tem base na bilateralidade ou unilateralidade, mas nas múltiplas conversações. O “bum” das manifestações se deve a isso e nada mais. A interatividade social das redes sociais e a facilidade, nunca encontrada tão fácil no ambiente físico, de reunir pessoas com os mesmos ideais resultaram na “Primavera Tupiniquim.”

O caminho deixou de ser único para a informação. Agora o receptor pode dar o feedback – resposta – imediatamente. Agradeçamos a web 2.0 que já está no nosso meio.

Com a web 2.0 as informações se viralizam. Ruídos, antes existentes no diálogo unilateral, incomodavam. Hoje ajudam ainda mais a difusão da informação. As fontes, além de gerarem a notícia, também as tramite. Impulsiona o acontecimento sobre o seu olhar que de forma imediata passa a ser redistribuído sobre outros olhares.

As manifestações só se materializaram com tamanha rapidez, que o Governo ainda tenta descobrir o que lhe atropelou, devido as esses fatores.

Um outro fator, não mencionado ainda, foi propagado pelo próprio Governo. A acessibilidade da tecnologia, a banda larga, embora ruim, e a rede 3G.  Somos o quinto país em  número de celulares, 1,26 aparelhos por pessoa, com dispositivos capazes de gravar vídeos, áudio, redigirem textos e acessar a web, dando olhos, ouvidos e boca à toda uma nação.

Podemos dizer que a internet é o vapor que alimentou a Revolução Industrial.  Hoje o vapor digital da internet alimenta não a revolução, mas a Comunicação Pós-Globalização em que encontramos.


Em suma, não é mais permitido somente enviar a informação. Agora todos a respondem. Vivemos a Era da Interação e ela que se materializou nas ruas. As hashtag #VemPraRua e #OGiganteAcordou invadiram a psique dos brasileiros como um vírus e os levou de fato às ruas. 
Espero que continuemos acordados 

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