terça-feira, 10 de setembro de 2013

Distrito 9: a grande crítica sociopolítica e ao cinema

Engana-se quem pensa que não me agradou o filme. Ele me agradou muito. No entanto não posso deixar de mencionar que o filme é tosco. Chega a ser cômico certas horas. Mas, quando se percebe sua forte crítica social a vários aspectos culturais e políticos do mundo, o jogo muda.

Durante todo o filme, que é ficcional, a linguagem de documentário predomina. Usa-se dos jornais e de narrações a todo o tempo para contar a história. Isso em alguns momentos chega a ser chato, uma vez que a imagem ou até a personagem conta o que está acontecendo e uma voz em off ou os jornalistas do filme tornam a repetir. Um exemplo. O personagem principal Wikus Van De Merwe (Sharlto Copley) está encurralado em uma determinada cena do filme. É visível. No entanto o narrador e os jornalista afirmam “ele está encurralado”.

Tirando esses detalhes enfadonhos – sempre quis dizer isso – o filme é muito interessante. A crítica social feitas às grandes produções de cinema, à situação econômica e política mundial, à áfrica, a encenação de um apartheid alienígena em contra posição ao real, dentre tantos outros nos coloca em cárcere por reflexões acerca de cada tema.

Imaginem uma nave de Et’s parando na África do Sul. Ilógico, não? Não do ponto de vista que estamos acostumados a ver a cidade de New York sendo varrida do mapa ou alvo de bang bang alienígena. Essa crítica ao cinema que coloca todas as ações de invasão e a solução de problemas de tais níveis a única nação me fascinou no filme. Ver que os protagonistas não são americanos e que a cidade deles não está em foco é chocante para quem vê o filme e sempre se acomodou às resoluções destas situações cinematografias à competência do “Tio San”. Por outro lado, nos mostra a dura realidade de países “menos ricos” e o despreparo para lidar com tais situações.


Uma outra crítica e a ONU. No filme retratada como MNU e seus fins escusos. Afinal a ONU serve a humanidade ou a algumas nações. Um exemplo atual é a guerra na Síria. Os EUA decidiram e vão fazer a guerra. A ONU fica inoperante, ou quando atua, como no filme atende a interesses militares. Geração de renda para poucos.

A memória do apartheid é a todo o momento jogada em nossa cara. Quando vemos que os ET’s são colocados  separados dos humanos, vemos a crueldade da humanidade.

Enfim, o filme é digno de ser analisado e refletido. Povos estão na mesma situação dos camarões do filme – que não vem a cabeça outra imagem a não ser que são parentes do Dr Zoidberg deFuturama kkkk – e vivem segregados não em distritos, mas nos seus próprios países, enquanto o que interessa ao resto do mundo são apenas as suas riquezas e não suas vidas.

Sinopse


Há 20 anos uma gigantesca nave espacial pairou sobre Joanesburgo, capital da África do Sul. Como estava defeituosa, milhões de seres alienígenas foram obrigados a descer à Terra. Eles foram confinados no Distrito 9, um local com péssimas condições e onde são constantemente maltratados pelo governo. Pressionado por problemas políticos e financeiros, o governo local deseja transferir os alienígenas para outra área. Para tanto é preciso realizar um despejo geral, o que cria atritos com os extra-terrestres. Durante este processo Wikus Van De Merwe (Sharlto Copley), um funcionário do governo, é contaminado por um fluido alienígena. A partir de então ele se torna um simbionte, já que seu organismo gera algumas partes extra-terrestres. Com o governo desejando usá-lo como arma política, Wikus conta apenas com a ajuda do extra-terrestre Christopher para escapar.

Trailer