Manifestantes no Rio de Janeiro |
Todos,
e digo todos mesmo, estão surpresos com os caminhos rápidos tomados pelas
manifestações no Brasil. Em um dia a cidade de São Paulo questionava e mídia se
quer falava do evento. No outro outras capitais aderiram e as manchetes da
mídia foram “os vândalos que estão reclamando do aumento das passagens”. Na
mesma hora vídeos se viralizaram mostrando o contrário. A truculência
repressora da PM mal instruída.
Pronto.
Assim começou a maior onda de manifestações que essa nação já viu desde 92, com
os caras pintadas. Mas isso deu como?
A
resposta mais obvia e simples possível é que devido as redes sociais e rapidez
das informações “boca a boca,” ou melhor
dizendo, curtida por curtida a mobilização se lastrou como epidemia se uma
revolta com diversas causas e não uma revolta sem causa.
Fator
predominante para a realização a realização em massa dos protestos é que
primeira vez quem manobrava as massas eram elas mesmas. A comunicação digital promoveu
o engajamento, materializado nas ruas em larga escala em curto espaço de tempo.
Isso se deve a mudança do processo de comunicação. Antes havia um
emissor e um receptor. Partimos do principio do diálogo unilateral. Os meios de
comunicação digital estabeleceram a comunicação multilateral. A interação que
as redes sociais nos propõe não tem base na bilateralidade ou unilateralidade,
mas nas múltiplas conversações. O “bum” das manifestações se deve a isso e nada
mais. A interatividade social das redes sociais e a facilidade, nunca
encontrada tão fácil no ambiente físico, de reunir pessoas com os mesmos ideais
resultaram na “Primavera Tupiniquim.”
O
caminho deixou de ser único para a informação. Agora o receptor pode dar o
feedback – resposta – imediatamente. Agradeçamos a web 2.0 que já está no nosso
meio.
Com
a web 2.0 as informações se viralizam. Ruídos, antes existentes no diálogo
unilateral, incomodavam. Hoje ajudam ainda mais a difusão da informação. As
fontes, além de gerarem a notícia, também as tramite. Impulsiona o
acontecimento sobre o seu olhar que de forma imediata passa a ser redistribuído
sobre outros olhares.
As
manifestações só se materializaram com tamanha rapidez, que o Governo ainda
tenta descobrir o que lhe atropelou, devido as esses fatores.
Um
outro fator, não mencionado ainda, foi propagado pelo próprio Governo. A
acessibilidade da tecnologia, a banda larga, embora ruim, e a rede 3G. Somos o quinto país em número de celulares, 1,26 aparelhos por
pessoa, com dispositivos capazes de gravar vídeos, áudio, redigirem textos e
acessar a web, dando olhos, ouvidos e boca à toda uma nação.
Podemos
dizer que a internet é o vapor que alimentou a Revolução Industrial. Hoje o vapor digital da internet alimenta não
a revolução, mas a Comunicação Pós-Globalização em que encontramos.
Em
suma, não é mais permitido somente enviar a informação. Agora todos a
respondem. Vivemos a Era da Interação e ela que se materializou nas ruas. As
hashtag #VemPraRua e #OGiganteAcordou invadiram a psique dos brasileiros como
um vírus e os levou de fato às ruas.
Espero que continuemos acordados |