Engana-se quem pensa que não me agradou o filme. Ele me agradou
muito. No entanto não posso deixar de mencionar que o filme é tosco. Chega a
ser cômico certas horas. Mas, quando se percebe sua forte crítica social a
vários aspectos culturais e políticos do mundo, o jogo muda.
Durante todo o filme, que é ficcional, a linguagem de
documentário predomina. Usa-se dos jornais e de narrações a todo o tempo para
contar a história. Isso em alguns momentos chega a ser chato, uma vez que a
imagem ou até a personagem conta o que está acontecendo e uma voz em off ou os
jornalistas do filme tornam a repetir. Um exemplo. O personagem principal Wikus
Van De Merwe (Sharlto Copley) está
encurralado em uma determinada cena do filme. É visível. No entanto o narrador
e os jornalista afirmam “ele está encurralado”.
Tirando esses
detalhes enfadonhos – sempre quis dizer isso – o filme é muito interessante. A
crítica social feitas às grandes produções de cinema, à situação econômica e
política mundial, à áfrica, a encenação de um apartheid alienígena em contra
posição ao real, dentre tantos outros nos coloca em cárcere por reflexões
acerca de cada tema.
Imaginem uma nave de
Et’s parando na África do Sul. Ilógico, não? Não do ponto de vista que estamos
acostumados a ver a cidade de New York sendo varrida do mapa ou alvo de bang bang
alienígena. Essa crítica ao cinema que coloca todas as ações de invasão e a
solução de problemas de tais níveis a única nação me fascinou no filme. Ver que
os protagonistas não são americanos e que a cidade deles não está em foco é
chocante para quem vê o filme e sempre se acomodou às resoluções destas
situações cinematografias à competência do “Tio San”. Por outro lado, nos
mostra a dura realidade de países “menos ricos” e o despreparo para lidar com
tais situações.
Uma outra crítica e a
ONU. No filme retratada como MNU e seus fins escusos. Afinal a ONU serve a
humanidade ou a algumas nações. Um exemplo atual é a guerra na Síria. Os EUA
decidiram e vão fazer a guerra. A ONU fica inoperante, ou quando atua, como no
filme atende a interesses militares. Geração de renda para poucos.
A memória do
apartheid é a todo o momento jogada em nossa cara. Quando vemos que os ET’s são
colocados separados dos humanos, vemos a
crueldade da humanidade.
Enfim, o filme é
digno de ser analisado e refletido. Povos estão na mesma situação dos camarões
do filme – que não vem a cabeça outra imagem a não ser que são parentes do Dr
Zoidberg deFuturama kkkk – e vivem segregados não em distritos, mas nos seus
próprios países, enquanto o que interessa ao resto do mundo são apenas as suas
riquezas e não suas vidas.
Sinopse
Há 20 anos uma
gigantesca nave espacial pairou sobre Joanesburgo, capital da África do Sul.
Como estava defeituosa, milhões de seres alienígenas foram obrigados a descer à
Terra. Eles foram confinados no Distrito 9, um local com péssimas condições e
onde são constantemente maltratados pelo governo. Pressionado por problemas
políticos e financeiros, o governo local deseja transferir os alienígenas para
outra área. Para tanto é preciso realizar um despejo geral, o que cria atritos
com os extra-terrestres. Durante este processo Wikus Van De Merwe (Sharlto
Copley), um funcionário do governo, é contaminado por um fluido alienígena. A
partir de então ele se torna um simbionte, já que seu organismo gera algumas
partes extra-terrestres. Com o governo desejando usá-lo como arma política,
Wikus conta apenas com a ajuda do extra-terrestre Christopher para escapar.
Trailer